segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Companheiros até a morte

Era uma vez, em um reino distante, dois companheiros que nutriam uma amizade verdadeiramente inabalável. A força e a beleza desse sentimento eram conhecidas e admiradas por todos. Até que essa amizade um dia foi posta à prova. Contrariado com as constantes críticas de Pítias, o rei mandou chamá-lo, juntamente com seu amigo Damon.
Por defender seus princípios, Pítias foi acusado de traição e condenado à morte. Antes de ser preso, porém, solicitou a realização de um último desejo: que lhe permitissem despedir-se da família. O rei relutou, mas acabou sendo convencido por Damon, que, demonstrando total confiança em Pítias, ofereceu-se para morrer no lugar do amigo caso ele fugisse.
Dessa forma, conforme o combinado, Damon foi levado à prisão e Pítias foi ao encontro de sua família. À medida que os dias corriam, os guardas passaram a zombar do prisioneiro, dizendo que o “tão leal amigo” o havia abandonado.
Eis que chegou o dia da execução. A cidade toda se perguntava como um amigo tão fiel fora entregue à própria sorte. O rei mandou o prisioneiro ser trazido. Os guardas o posicionaram no meio da praça lotada. O silêncio imperava. E quando Damon já estava com a corda no pescoço, Pítias gritou, no meio da multidão:
- Eu voltei! Não o matem!
Estava esgotado, ferido, cambaleante. Ainda assim, arranjou forças para abraçar Damon e comemorar o fato de tê-lo encontrado com vida, apesar de seu atraso. Emocionado, explicou que seu navio naufragara durante uma tempestade, e que bandidos o haviam atacado na estrada. Apesar de todos os contratempos, jamais perdera a esperança de chegar a tempo de salvar o amigo da morte.
Ao presenciar a cena, o rei foi vendido pela beleza daquele momento. Declarou então revogada a sentença. Era a primeira vez que presenciava evidências de tão elevado grau de amizade, lealdade e fé. Assim, o rei concedeu-lhes a liberdade, solicitando em troca que os dois companheiros lhe ensinassem como construir tão sólida amizade.

Adaptado de fábula de William J. Bennett

Fábula: O amor e a loucura.

Fábula: O Amor e a Loucura

A Loucura resolveu convidar os amigos para tomar um café em sua casa.
Todos os convidados foram. Após o café, a Loucura propôs:
- Vamos brincar de esconde-esconde?
- Esconde-esconde? O que é isso? -
perguntou a Curiosidade.
- Esconde - esconde é uma brincadeira. Eu conto até cem e vocês se escondem.
Ao terminar de contar, eu vou procurar, e o primeiro a ser encontrado
será o próximo a contar.
Todos aceitaram, menos o Medo e a Preguiça.
-1,2,3,... - a Loucura começou a contar.
A Pressa escondeu-se primeiro, num lugar qualquer.
A Timidez, tímida como sempre, escondeu-se na copa de uma árvore. A Alegria correu para o meio do jardim.
Já a Tristeza começou a chorar, pois não encontrava um local apropriado para se esconder.
A Inveja acompanhou o Triunfo e se escondeu perto dele de baixo de uma pedra. A Loucura continuava a contar e os seus amigos iam se escondendo.
O Desespero ficou desesperado ao ver que a Loucura já estava nonoventa e nove.
- Cem - gritou a Loucura. - Vou começar a procurar.
A primeira a aparecer foi a Curiosidade, já que não agüentava mais querendo saber quem seria o próximo a contar.
Ao olhar para o lado, a Loucura viu a Dúvida em cima de uma cerca sem saber em qual dos lados ficar para melhor se esconder. E assim foram aparecendo a Alegria, a Tristeza, a Timidez...
Quando estavam todos reunidos, a Curiosidade perguntou:
- Onde está o Amor?
Ninguém o tinha visto.. A Loucura começou a procurá-lo.
Procurou em cima da montanha, nos rios, debaixo das pedra
s e nada do Amor aparecer.
Procurando por todos os lados, a Loucura viu uma roseira, pegou um pauzinho e começou a procurar entre os galhos, quando de repente o uviu um grito.
Era o Amor, gritando por Ter furado o olho com um espinho!
A Loucura não sabia o que fazer. Pediu desculpas, implorou pelo perdão do Amor e até prometeu segui-lo para sempre. O Amor aceitou as desculpas...
Hoje, o Amor é cego e a Loucura o acompanha sempre.

A JUSTIÇA DO REI

há muito tempo, em um reino distante, governava um jovem rei muito bondoso. Nenhum habitante do seu reino passava fome, porque seu palácio estava sempre aberto para dar comida aos suditos. E oferecia sempre agua mais cristalina e as frutas mais frescas.
Certa vez, um mensageiro do rei anunciou que no dia seguinte haveria uma comeração de aniversário para Sua Majestade e que, ao final de um esplêndido banquete, todos receberiam um presente. O rei só pedia em troca que os convidados trouxessem um pote de barro com água, que deveria ser deixado na entrada do palácio.
O povo concordou que o desejo do rei era muito fácil de cumprir, que era muito justo corresponder à sua generosidade. E se ela ainda lhe daria um presente, tanto melhor.
No dia seguinte, apareceu no palácio uma multidão devando potes cheios de àgua. Cada um era de um tamanho: aluguns grandes, outros pequenos. Houve ainda aqueles que, confiado na bondade do rei, chegaram de mãos vazias.
O rei recebeua todos carinhosamente. O banquete foi maravilhoso, ainda melhor que nos outros dias. Não houve quem não se saciasse o apetite e apreciasse o sabor da comida. Acabada a sobremesa, todos se olharam na expectativa de receber os presentes. Até que, ao final da refeição, o rei se despediu-se. Os convidados ficaram sem fala, porque esperavam ansiosamente o presente. E já que o rei se ia, não haveria presente algum.
Alguns faziam comentários maldosos, outros perdoavam o esquecimento do rei porque sabiam que ele era justo. Muitos ficaram felizes e orgulhosos de não teream levado nem um potinho de barro com água para aquele rei que não cumpria promessas. Um a um., todos saíram e foram pegar os seus recipientes de volta. Que supresa tiveram! Suas vasilhas etavam cheias de moedas de ouro. Que alegria sentiram os que haviam levado grandes baldes! E que arrependimento e vergonha sentiram os que levaram recipientes pequenos ou chegaram de mão vazias.

Fábula: Diamantes e lagartos.

Diamantes e lagartos


Era uma vez uma mulher que tinha duas filhas. A maior era muito antipática e orgulhosa. A mais nova era boa e generosa. A mãe sentia uma enorme antipatia pela menor, e a fazia trabalhar o tempo todo.
Entre outras coisas, a garota devia recolher água em um bosque distante. Um dia, quando a menina chegou ao lago, uma mulher muito pobre pediu um gole d’água.
_Claro, de todo o coração, senhora – disse a garota.
_Você é tão bondosa e amável que eu vou te dar um presente. Foi nessa hora que a menina descobriu que a senhora era uma fada que havia tomado a forma de uma pobre camponesa para ver como a garota a tratava.
_A cada palavra que disseres, uma flor ou uma jóia cairá da tua boca.
Quando a menina chegou em casa, a mãe se surpreendeu ao ver saltarem de sua boca duas rosas e dois lindos diamantes.
_O que vejo? Flores e jóias caem da boca desta menina!
A garota contou o que aconteceu. E a mãe ordenou para a mais velha:
_Leve esta jarra ao lago. Se uma mulher pobre te pedir um gole, dê.
_Não vou pegar água! Esta idiota pode me dar suas jóias.
A mãe insistiu e, de cara fechada, a menina foi ao bosque. Assim que chegou ao lago, uma bela dama pediu-lhe um pouco d’água. Era a mesma mulher que havia encontrado sua irmã, mas com outros trajes.
_Não vim aqui para te dar água. Vá pegar lá no lago – disse a menina, malcriada como sempre.
_Você não é muito gentil – respondeu a moça. _Como é tão rude e grosseira, te darei esse dom: a cada palavra que disseres, saltarão cobras e lagartos da tua boca.
Quando a filha voltou para casa, a mãe perguntou:
_Querida, viste a fada?
_Sim, mamãe – respondeu a garota.
Duas cobras e dois lagartos logo saltaram.
_O que é isso? – exclamou a mãe. _ O que você fez? A menina tentou responder, mas a cada palavra outras cobras e lagartos surgiam. E assim foi para sempre. Jóias e flores caíam dos lábios da filha menor, que era bondosa e solidária. Já a filha maior nunca mais pôde falar sem que houvesse uma chuva de cobras e lagartos.

(Adaptado de fábula de Charles Perrault)